23 de Abril de 2024 • 17:02
Equipamento, originalmente conhecido por carrocella, é uma espécie de bicicleta unida por cadeirinhas e pedais / Nair Bueno / Diário do Litoral
Desde as 16h da última sexta-feira (6), quem precisa atravessar a Ponte dos Barreiros, em São Vicente, conta com sistema paliativo de transporte, contratado pela Otrantur: é o 'trenzinho' ou 'pedalinho', como chamam os usuários.
O equipamento, originalmente conhecido por carrocella, é uma espécie de bicicleta unida por cadeirinhas e pedais. Dessa forma, ela consegue transportar de uma só vez 12 passageiros que podem escolher pedalar ou não para ajudar os dois condutores de cada veículo.
A empresa é de Praia Grande e foi aberta com objetivo turístico, ou seja, loca os equipamentos para os turistas passearem pela orla.
Porém, em São Vicente, o serviço foi contratado para tentar diminuir o impacto da interdição da Ponte dos Barreiros, por ordem judicial, desde o dia 30 de novembro devido ao risco de colapso estrutural apontado por relatório do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
Atualmente, há três carrocellas à disposição dos munícipes, gratuitamente. Por hora, cada uma chega a transportar 96 pessoas, num trajeto de 600 metros que leva de 5 a 7 minutos para ser concluído, de acordo com Sérgio Sampaio Suzuki, diretor da empresa.
Ele conta que, somente no último sábado, os equipamentos chegaram a transportar duas mil pessoas.
O serviço ficará à disposição sem prazo definido, todos os dias, das 6h às 22 horas.
Em nota, a prefeitura disse que "todos os munícipes que fazem a travessia da ponte a pé poderão utilizar o serviço, em especial idosos e pessoas com dificuldades de locomoção".
Será mantida também uma base de apoio no prédio que fica em frente à cabeceira da Ponte dos Barreiros, no lado Insular (Avenida Nações Unidas, s/nº, Vila Margarida).
O espaço conta com uma ambulância, banheiros, bebedouros e profissionais para orientar a população. No local, foi instalado um posto da Otrantur, para quem quiser solicitar o cartão de transporte para os ônibus municipais.
Também foram colocadas tendas nas extremidades da ponte para abrigar do sol ou da chuva os passageiros que aguardam transporte público.
OPORTUNIDADE.
Se a interdição da principal ligação entre a Área Continental e Insular de São Vicente causa transtorno para os cerca de 150 mil habitantes daquela região, gera também oportunidade.
É o caso de Michel Gomes, 34 anos. Desempregado há mais de um ano e com dois filhos pequenos, viu na concentração de gente a possibilidade de um trabalho.
Desde segunda-feira (9), ele oferece espetinhos para quem vai atravessar os 600 metros.
"Já tá difícil a situação, então quem sabe comer um churrasquinho deixe a travessia mais leve", diz Michel. (Vanessa Pimentel)
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