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Messi e Cristiano têm de manter ritmo aos 40 para alcançar Pelé

O argentino, hoje com 32 anos, contabiliza 697 gols, incluídos nessa conta aqueles marcados em amistosos de clubes. O português, aos 34, acumula 724

Folhapress

Publicado em 19/11/2019 às 16:01

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Nem Messi nem Cristiano Ronaldo conseguem acompanhar o ritmo estabelecido pelo rei do futebol / AFP

"Nada se compara, para o maior futebolista brasileiro, ao estado de graça de fazer um gol e comemorá-lo; à comunhão plena entre o jogador que marca e a torcida; à explosão muscular acompanhada pela explosão do delírio, as duas se fundindo repentinamente", dizia ao jornal Folha de S.Paulo, em caderno extra produzido para celebrar o milésimo gol de Pelé, há 50 anos.

Era uma referência ao tradicional soco no ar do craque para vibrar com suas conclusões precisas. Naquele 19 de novembro de 1969, depois de converter um pênalti contra o Vasco, o camisa 10 do Santos nem teve tempo de repetir o gesto, imediatamente cercado por uma multidão no gramado do Maracanã, no Rio de Janeiro. A explosão do delírio deu lugar a lágrimas de esguicho.

A comemoração habitual, de qualquer maneira, já estava bem estabelecida no imaginário coletivo. Edson Arantes do Nascimento tinha apenas 29 anos quando fez um gol pela milésima vez, o que o coloca bem à frente daqueles que posteriormente tiveram maior assiduidade no encontro com a rede.

Nem Messi nem Cristiano Ronaldo conseguem acompanhar o ritmo estabelecido pelo rei do futebol.

O argentino, hoje com 32 anos, contabiliza 697 gols, incluídos nessa conta aqueles marcados em amistosos de clubes, geralmente ignorados nas estatísticas europeias, e aquele anotado nesta segunda-feira (18), no empate por 2 a 2 da seleção de seu país com o Uruguai. O português, aos 34, acumula 724.

A diferença está sobretudo na parte inicial da carreira. Temporada a temporada, Pelé marcou bem mais do que Messi e Cristiano até o ano em que completou 23.

Na faixa dos 24, ele empata com o argentino. A partir daí, há um relativo equilíbrio, mas a impressionante produção precoce do brasileiro o deixa com grande vantagem no cômputo geral.

Outro Ronaldo, o brasileiro, também registrou um início de carreira bastante fértil.

Ao fim da temporada em que completou 17 anos, em 1993, já tinha 29 gols. Doze meses depois, era campeão do mundo, embora não tenha entrado em campo na conquista da Copa dos EUA, em 1994, e somava 87 bolas na rede. Ainda assim, a distância é enorme para Pelé.

O Fenômeno teve uma carreira marcada por várias contusões graves e a encerrou com 469 gols.

Cristiano e Messi vêm mostrando durabilidade maior e uma constância extraordinária. Porém, mesmo mantendo a alta média de gols estabelecida nas últimas cinco temporadas, levariam mais quase seis anos para conseguirem atingir a marca dos mil.

Alcançar o total de Pelé é ainda mais complicado.

Dando sequência ao ritmo atual, algo praticamente impossível, os atuais melhores do mundo só alcançariam o tricampeão mundial daqui a uma década, perto de 2030. O argentino, a essa altura, terá entre 42 e 43 anos; o português, entre 44 e 45.
Messi se aproximou um pouquinho de Pelé na última sexta-feira (15), marcando pela Argentina justamente contra o Brasil, na vitória por 1 a 0, em Riad.

Derrotado, o técnico da seleção brasileira, Tite, elogiou o adversário, com quem chegou a discutir no gramado, mas fez questão de estabelecer uma distinção clara.

"O Pelé é incomparável. O cara que quer comparar já perde a credibilidade. Entra por um ouvido, sai pelo outro. É um cara que não viveu a história, não procurou acompanhar a história de como o cara é genial. O Messi é extraordinário, mas entre os humanos", afirmou o gaúcho.

"Pelé está fora dos padrões normais. Não falo porque sou brasileiro. Falo pela história, pela magnitude, pelas valências técnicas individuais, pelo cabeceio, por ser ambidestro, pela impulsão, pela força. Acha um defeito! Não tem. Fora o carisma extraordinário", acrescentou Tite.

Carisma à parte, a árdua tarefa de alcançar Pelé nem leva em conta que o gol conhecido como o milésimo foi na verdade o 1001º. Em 1995, reportagem da Folha de S.Paulo mostrou que um gol anotado pelo craque em 1959, no Sul-Americano Militar, pela seleção do Exército, havia sido ignorado na contagem do jogador.

Pelé tem, portanto, 1.283 gols. Um soco no ar a mais na conta do mineiro, que não será alcançado tão cedo.

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