18 de Maio de 2024 • 16:28
José Renato Nalini
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As cidades brasileiras ainda padecem de um anacronismo que choca o estrangeiro, mas passa despercebido pelo nacional. São os fios da iluminação pública, ligando postes e se entremeando em verdadeiros ninhos, com evidente deterioração da paisagem.
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Os fios enfeiam, caem, são rompidos com a queda de árvores. Já ouvi de alguém que tem a responsabilidade de reparar esses rompimentos, que “árvore é algo que nasceu para cair sobre os fios”. Não precisa ser assim. Em países adiantados, a fiação é toda enterrada. São Paulo já procedeu assim na charmosa rua Oscar Freire. Funciona perfeitamente.
É importante que os contratos de concessão de iluminação pública já contenham essa cláusula de obrigatoriedade de imersão dos fios, liberando as ruas dos postes, quase sempre toscos e pouco estéticos.
Diz-se que essa prática é dispendiosa. Mas alguém já calculou o que representa a reparação das quedas a cada chuva? A população tem de ser alertada de que os fenômenos extremos continuarão a acontecer, e cada vez mais intensos e catastróficos.
Ainda recentemente, um homem morreu eletrocutado, porque o fio de alta tensão o atingiu. Todos sabem do “jogo de empurra” quando acontece algo assim. A concessionária é que tem o dever de desligar a energia e ela alega ser subordinada à agência federal, não ao município.
Deve ser inquestionável a substituição desse verdadeiro cipoal por uma fiação subterrânea, que deverá servir para tudo o mais: fibra ótica, telefonia, etc. Existe real possibilidade de obter lucro com a concessão da utilização desses condutos. O ganho será de todos. Do meio ambiente, da segurança pública, da estética das cidades. E o salto qualitativo é inequívoco.
O Brasil tem dinheiro para muita coisa que se poderia questionar: Fundos Eleitoral e Partidário, propaganda institucional, viagens e eventos. Não haverá recursos para tornar as cidades mais seguras e agradáveis?
A cidadania precisa se articular e exigir que o Poder Público atenda aos interesses do povo, o único titular da soberania, de acordo com a Constituição. Se sobrar recursos, aí sim, eles poderão ser direcionados para finalidades de interesse dos mandatários. Mas quem tem direito a ser atendido prioritariamente é o cidadão.
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