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Espaço do bicho

Beyrouth: amor à primeira montada

Num abafado 31 de dezembro de 2002, me dirigia ao Km 55 da Anhanguera para montar a égua motivo destas linhas. Numa linda hípica, lá estava Beyrouth, égua puro sangue inglês. Era franca, corajosa, andadura larga, galope amplo. Foi amor à primeira montada, pois dias depois estava comigo na Hípica Paulista.

Ansioso para experimentá-la, nos primeiros 30 segundos tomei um tombo no picadeiro de salto, eternizando na memória o momento em que a cerca foi quebrada por minhas costelas! Fundamento do “nosso amor” além da coragem, galope solto e pé ligeiro no coice, foi o gênio forte, mau humor, sempre voluntariosa, mas transmitindo lealdade e confiança ao montar

 Praticávamos salto? Não! Adestramento? Nem pensar! Apenas passeio na natureza, sem competição, sem estresse de provas, sendo assim até sua aposentadoria. Praticávamos interação ser humano-cavalo! Por 16 anos nos víamos diariamente e seguíamos rotina de trote, galope e passo. Era terapia para ambos! Sua elegância de comportamento era esquecida quando escutava locução de prova, música de “galope da vitória”, perdia a tranquilidade e suava de estresse, me desafiando a permanecer sobre ela.

Por vezes me diziam para vendê-la porque estava velha. Cavalos sempre foram “pet” pra mim. Nunca fui de os trocar. Tive um árabe por 14 anos que me ensinou a montar, tendo morrido na Hípica aos 22 anos. Cavalos não são temporários, fazem parte do meu dia a dia, envelhecem comigo! Em janeiro de 2019 Beyrouth foi diagnosticada com EPM (bambeira equina), o que me custou aperto no coração, tanto pela doença como pela pouca chance de recuperação.

Após 6 meses de tratamento e horas de dedicação, ela estava pronta para seguir rumo à sua aposentadoria aos quase 90 anos em idade humana! Em nossas caminhadas pelas alamedas arborizadas da hípica, mantinha o otimismo de que ali, o Haras Estrela Guia, lugar que meu coração já conhecia, era o melhor lugar pra minha Beyrouth. Na foto com 32 anos de idade e com seu parceiro inceparável Cronos. Palavras de Carlos Eduardo Fidelis, cavaleiro amador residente em São Paulo - Capital. 

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