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Política

Macri vem ao Brasil para tentar energizar relação bilateral

Embora tenha assuntos prioritários para conversar com o brasileiro, o argentino tem sido cauteloso sobre essa primeira reunião

Folhapress

Publicado em 15/01/2019 às 20:40

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Mauricio Macri viaja na noite desta terça-feira (15) para encontrar-se na quarta (16) com seu par brasileiro, Jair Bolsonaro / Associated Press

Com uma comitiva reforçada de seus principais ministros - das áreas de economia, assuntos internacionais, segurança e justiça -, o presidente argentino, Mauricio Macri, viaja na noite desta terça-feira (15) para encontrar-se na quarta (16) com seu par brasileiro, Jair Bolsonaro, em Brasília, na primeira visita de um líder estrangeiro ao Brasil após a posse do novo governo.

Embora tenha assuntos prioritários para conversar com Bolsonaro, Macri tem sido cauteloso sobre essa primeira reunião com o brasileiro.

O argentino não foi à posse, alegando que não queria interromper suas férias na Patagônia. Agora, diferentemente do que costuma fazer em outras viagens internacionais, não chamou os correspondentes do país que irá visitar para uma entrevista.

A cautela pode ter razões eleitorais. Pré-candidato à reeleição em outubro, Macri tem se mostrado meticuloso a como se mostra publicamente e tem feito acenos à centro-esquerda e à esquerda, para tentar melhorar sua aprovação popular em queda (30%).Tanto que um de seus primeiros compromissos do ano foi visitar a governadora kirchnerista e cunhada de Cristina, Alicia Kirchner (Santa Cruz).

O governo argentino tem dado ênfase nesta visita ao Brasil para a importância da relação econômica bilateral, evitando comentar as posições mais extremas de Bolsonaro em outras áreas.

Uma das prioridades será o que fazer com o Mercosul nessa nova fase. A princípio, a ideia agora é pôr panos quentes à polêmica levantada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, ao dizer a uma jornalista argentina que o bloco não era uma prioridade.

Segundo o chanceler argentino, Jorge Faurie, o desejo de mudanças no modo de funcionamento do Mercosul é mútuo. Os dois presidentes devem discutir o futuro da união aduaneira e uma possível flexibilização, para que tratados comerciais com outros países possam ser feitos por fora do bloco.

Não estão previstos anúncios após o encontro, e funcionários do governo argentino dizem que esta será apenas uma apresentação de intenções de ambos os lados.

Macri e sua equipe econômica também querem saber mais sobre os planos do Brasil para a retomada do crescimento. Esse é um assunto central para a Argentina, que teve uma retração de pouco menos de 2% em 2018 e precisa que o Brasil cresça para crescer também.

Segundo o ministro argentino da Economia, Nicolás Dujovne, para cada 1% que o Brasil cresce, a Argentina cresce 0,5%.

Este ponto é fundamental porque Macri não pôde cumprir a promessa de que a Argentina cresceria 3% em 2018 e precisa que a economia se reanime em 2019 se quiser de fato reeleger-se.

O país vive um mau momento, tendo fechado o ano passado com uma inflação de mais de 40%, além de ter sido obrigado a pedir US$ 57 bilhões ao FMI (Fundo Monetário Internacional).

Também há uma preocupação na retomada do comércio bilateral entre os dois países, hoje 25% menor que há dez anos atrás, segundo Marcelo Elizondo, da consultora DNI.

A presença dos ministros de Segurança (Patricia Bullrich), de Justiça (Germán Garavano) e de Defesa (Óscar Aguad) está relacionada, principalmente, a um início de conversas sobre o que fazer com relação ao crime organizado nas fronteiras.

A Venezuela também deve ser um assunto a ser discutido. Embora ambos os países integrem o Grupo de Lima e tenham assinado os últimos documentos pedindo a redemocratização do país, a Argentina já deu início ao processo de não permitir a entrada de funcionários do governo e estuda aplicar rapidamente as outras medidas do último texto, como congelar ativos pertencentes a estes.

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