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Polícia

Dois são presos por tripla tentativa de homicídio em quiosque no Embaré

Crime ocorreu no final de agosto; uma das vítimas, atingida por cadeirada na cabeça, diz que ainda sente dores e tonturas

Gilmar Alves Jr.

Publicado em 22/12/2017 às 11:28

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A Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira (21) dois homens por uma tripla tentativa de homicídio cometida em um quiosque no Embaré, em Santos. O crime ocorreu no final de agosto e foi captado pelo sistema de monitoramento do estabelecimento. Mediante soco, cadeiradas e ataque com copos de vidro, o delito teve como vítimas duas jovens e um rapaz.

Com as imagens, o setor de investigações Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Santos fez buscas nas redes sociais e chegou à identidade dos dois indiciados.

Durante o cumprimento das prisões, os investigadores chegaram à identidade de mais dois suspeitos, que já foram localizados, ouvidos e seguem sob investigação.

Os presos são Vitor Hugo dos Santos, de 26 anos, e Álvaro da Silva Neto, de 34. A pedido da delegada Fernanda dos Santos Souza, titular da DDM, o juiz Alexandre Betini, da Vara do Júri do Santos, decretou as prisões temporárias por 30 dias.

Vitor e Álvaro foram reconhecidos pessoalmente na DDM pelo rapaz atacado e por uma das jovens, que são namorados. Foi Álvaro, segundo a investigação, quem começou a assediar, de outra mesa, a moça acompanhada e deu início à confusão.

Em entrevista ao Diário do Litoral, a jovem afirma que mais de três meses após o crime ainda sente dores e tonturas. “É uma coisa horrível”, afirmou.

Ela foi atingida na cabeça por uma cadeirada dada por Álvaro, segundo a investigação, e desmaiou na sequência. Pouco antes, o namorado dela, segundo constatou a polícia, foi atingido por um soco na cabeça dado por Vitor Hugo mediante surpresa. O jovem ainda foi atingido durante o crime com um copo quebrado no braço esquerdo, provocando um profundo ferimento. A segunda jovem conseguiu escapar dos agressores e teve ferimentos leves.


Foto de jovem atingida por cadeirada na cabeça após o crime; ela diz que ainda segue fazendo consultas médicas 

O rapaz ficou hospitalizado por mais de uma semana. A namorada recebeu quatro pontos na cabeça e foi liberada no final da manhã da data do delito, em 31 de agosto.

A jovem afirma que tanto ela quanto o namorado seguem fazendo consultas médicas devido ao ataque.

A Reportagem não conseguiu contato com a defesa dos acusados. Ao serem interrogados pela delegada, eles disseram que foram provocados com um gesto ofensivo por uma das vítimas e que depois começou a confusão generalizada.

Posicionamento

O quiosque Burgman informou, em nota, que lamenta o episódio e prestou atendimento às vítimas. Afirmou que dispõe de equipe de segurança particular e que, lamentavelmente, os indivíduos resistiram à ação dos seguranças. 

O estabelecimento ressalta ter colaborado com as investigações fornecendo as imagens de monitoramento que possibilitaram a identificação e a prisão dos autores. 

Por fim, o Burgman frisou que repudia qualquer ato de violência e que investe em profissionais para garantir a segurança dos clientes, em conjunto com a polícia e com a Guarda Municipal. 

Com as prisões, polícia quer evitar reincidência

A delegada Fernanda dos Santos Souza afirma que investiga outras eventuais agressões dos acusados na cidade e que as prisões temporárias também são necessárias para evitar que novos crimes do gênero ocorram.

“A gente precisa coibir. A gente vai entrar em um período de festas, com bastante movimento. Então esse tipo de confusão pode vir a acontecer”, afirma.

Informações que ainda estão sob investigação na DDM dão conta, segundo a delegada, que os acusados estariam com esta conduta agressiva de forma reiterada. A prisão temporária, segundo ela, pode deixar eventuais vítimas mais à vontade para denunciarem.

A delegada entende que houve tentativas de homicídios com dolo eventual (quando se assume o risco de matar). Para o indiciamento, além das cenas de ataques captadas pelo estabelecimento, a delegada levou em conta também os prontuários médicos das vítimas.

“A partir do momento que você dá uma cadeirada, com extrema força, principalmente um homem que dá uma cadeirada numa mulher na região da nuca e essa mulher vem a desmaiar, no mínimo a gente está vendo um dolo eventual. Se a pessoa morrer, no mínimo assumiu o risco de se produzir esse resultado”, declara.

Fernanda afirma que  as vítimas não conseguiram se defender. “A gente vê que as vítimas não esboçaram  nenhuma atitude agressiva que pudesse ter esse tipo de resposta”, afirma.

Sob o comando da delegada e do investigador-chefe, Rodrigo Lima, também participaram do esclarecimento do caso os policiais Marcos Prado, Marcos Roberto e Andreia. 

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