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Cultura

Protagonismo feminino na arte: as praiaças da Baixada

O Movimento de Palhaçaria Feminina da Baixada Santista, fundado há um ano e meio e que busca usar a arte como ponte para acolhimento, trocas e, acima de tudo, protagonism

Rafaella Martinez

Publicado em 26/03/2018 às 12:15

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Quinze mulheres artistas e arteiras que encontram na palhaçaria um caminho para explorar suas visões de mundo e questionar os padrões / Divulgação/Flor de Sal Produtora

Quinze mulheres artistas e arteiras que encontram na palhaçaria um caminho para explorar suas visões de mundo e questionar os padrões. Essa é a essência das Praiaças – Movimento de Palhaçaria Feminina da Baixada Santista, fundado há um ano e meio e que busca usar a arte como ponte para acolhimento, trocas e, acima de tudo, protagonismo.

Liderado por Juliana Bordallo, as Praiaças ganharam forma durante um período em que a atriz – que já atua há mais de quinze anos em diversos palcos do Brasil e fora dele – se dedicava à maternidade. “Estava em uma fase de não viajar em turnês para muito longe, pois tinha um filho pequeno e queria viver essa fase de ser artista, mas também ser mulher”, conta.

Foi o amigo Plínio Augusto, da Bella Cia, quem trouxe a resposta sobre o impasse: agendou um workshop para mulheres palhaças e deu à Juliana a condução do grupo. “Foi uma feliz surpresa. Hoje fazemos encontros semanais para pensar ações, mas também para cuidarmos de nós antes de tudo. Muitas vezes alguém chega com um problema e passamos o tempo que temos conversando sobre aquilo. Acho que esse é o principal sentido do feminismo: acolher quem precisa e caminhar juntas, não para sermos melhores do que algum grupo, mas para sermos iguais e protagonistas de nossas histórias”, pondera.

Também integrante do movimento, a professora Miriã Pessoas conta que desde o surgimento do coletivo diversas ações já foram realizadas, como workshops, cortejos, apresentações em conjunto e intercâmbio artístico com artistas de outros Estados e Países. “O legal de ser movimento é que ele é pulsante. A troca é constante e cada uma aprende e ensina”, afirma.

Na visão dela, a palhaçaria ressignifica a feminilidade. “Em uma sociedade onde somos julgadas o tempo todo, estar em cena e fazer arte é se desprender de rótulos. A pureza da palhaça abre espaço para a tontice, para tudo aquilo que é fora do padrão do aceitável”.

“É um parir de ideias, inquietações e loucuras. Poder falar o que eu em outro contexto talvez não fosse sequer escutada. Como palhaça eu me faço ouvir”, complementa Juliana.

Social

O riso cura. Acreditando nesse ideal, as praiaças estão preparando uma oficina de palhaçaria para mulheres em situação de violência ou vulnerabilidade social. A proposta  surgiu após um bate-papo com uma das integrantes do projeto, que é assistente social.

Ações futuras

As praiaças da Baixada Santista preparam para a primeira quinzena de novembro o Encontro Brasileiro das Mulheres Palhaças. O objetivo é promover um intercâmbio entre mulheres artistas de todo o Brasil.

“Vemos na arte da mulher palhaça fortes traços da Cultura Popular Brasileira. Queremos valorizar essa riqueza e essa potência antes de pensar em cruzar as fronteiras do Brasil. Pensar esse movimento é notar que em todos os cantos as mulheres estão se juntando para fazer alguma coisa e isso é lindo de ver”, finaliza Juliana.

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