27 de Abril de 2024 • 01:02
Cotidiano
De janeiro a maio deste ano, foram 209 ocorrências na Baixada Santista e Vale, o que representa um aumento de 124,73% na comparação com o mesmo período de 2017, quando foram registrados 93 casos
O coronel Rogério Silva Pedro, comandante da PM na Baixada e Vale, fez o anúncio em entrevista ao Diário do Litoral / Rodrigo Montaldi/DL
Diante do aumento expressivo dos casos de estupro de vulnerável na Baixada Santista e Vale do Ribeira, a Polícia Militar vai convidar neste mês as prefeituras das 24 cidades destas regiões para debater ações de combate a este tipo de crime, que na maioria das vezes acontece em ambiente familiar.
O anúncio foi feito pelo coronel Rogério Silva Pedro, comandante da PM na Baixada e Vale, em entrevista ao Diário do Litoral.
Silva Pedro detalha que serão chamados secretários de ação social para que as informações para prevenção cheguem mais às famílias.
“(Somente) a ação preventiva de polícia não vai resolver esse problema. O que ela (PM) pode resolver são os estupros ocorridos na rua e eles têm caído”, disse.
A Polícia Civil também será convidada para as reuniões.
Em abril, no mesmo modo de comparação, o indicador também subiu 150%, chegando a 40 casos.
De janeiro a maio deste ano, este crime teve um total de 209 ocorrências, o que representa um aumento de 124,73% na comparação com o mesmo período de 2017, quando foram registrados 93 casos.
“Talvez esses números aumentem mais um pouco na hora que se fizer esse trabalho. Porque você vai alertar essas famílias para prestar atenção. Mas isso é um trabalho de futuro. As nossas crianças daqui 10, 15 anos, vão estar melhor psicologicamente porque não sofreram abuso e isso foi detectado mais rápido. É o que a gente tenta fazer como contribuição social”, declarou o comandante da PM.
Investigações
Em entrevista ao Diário do Litoral no início de junho, a delegada Fernanda dos Santos Sousa, titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Santos, afirmou que chama atenção o grau de discernimento de crianças muito pequenas ao narrar os casos, o que tem contribuído para as investigações dos crimes, a maior parte deles em ambiente doméstico.
“Elas (crianças) têm o discernimento de perceber que a conduta que elas estão sendo sofrendo é inadequada”, afirma Fernanda.
Orientações dadas pelos pais e nas escolas têm levado mais crianças a denunciar os estupros, segundo ela.
Além de pais e padrastos, a delegada diz que esse tipo de crime está sendo cometido por companheiros de avós das crianças de forma frequente.
“Muitas vezes não é o avô biológico e esse companheiro (da avó) fica em casa com a criança enquanto a avó acaba fazendo as suas atividades domésticas de rotina e nesses momentos ele se aproveita”, disse a titular da DDM.
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