25 de Abril de 2024 • 03:27
A Secretaria de Estado da Saúde confirmou ontem a primeira morte por febre amarela na Baixada Santista. Trata-se de um morador da área rural de Itanhaém, de 34 anos. O paciente chegou a ficar internado no Hospital Emílio Ribas, em Guarujá.
Segundo informou a Secretaria de Saúde de Itanhaém, na última quinta-feira (8), o rapaz, que faleceu na semana passada, deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, no dia 26 de janeiro. “Ele recebeu atendimento adequado e foi transferido no dia 28 de janeiro para o hospital referência (Hospital Emílio Ribas, em Guarujá). O paciente ficou internado no período de quatro dias”, informou a Saúde em nota.
O paciente morava no bairro rural Rio Branco. Assim que obteve a confirmação da Secretaria de Estado da Saúde, a Secretaria Municipal de Saúde de Itanhaém adotou medidas preventivas, enviando equipes ao bairro para vacinar os vizinhos do paciente contra a febre amarela.
A Saúde deverá intensificar as ações de combate à doença, pois 80% do território de Itanhaém é de área rural.
17 casos suspeitos, com outras duas mortes
Porém, outras duas questões continuam sem resposta do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde. Na quinta-feira (8), pela manhã, representantes das secretarias de saúde dos municípios da Baixada e a chefe do Departamento de Vigilância em Saúde, Iraty Nunes, participaram de uma reunião no Departamento Regional de Saúde (DRS-IV), em Santos, onde discutiram sobre a baixa adesão de munícipes à campanha de vacinação e sobre 17 casos suspeitos de febre amarela e três mortes, uma delas era o morador de Itanhaém.
Embora a chefe do Departamento de Vigilância em Saúde, Iraty Nunes, tenha dito à imprensa, logo após a reunião, que esses casos estão sendo investigados, a Secretaria de Estado da Saúde não confirmou. “Esses casos estão em processo de investigação e elaboração dos exames, para termos os resultados. Só depois poderemos afirmar ou não qualquer um deles”, afirmou Iraty.
Procurada pelo Diário para comentar sobre os casos suspeitos e as mortes, a diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado, Regiane Cardoso de Paula, disse que os dados não procedem, e se recusou a mencionar os casos suspeitos da região que estão sendo investigados pelo órgão. Na ocasião, ela ressaltou que fala somente de casos confirmados da doença.
Campanha
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo alerta os paulistas ainda não vacinados contra febre amarela e residentes nas 54 cidades abrangidas pela campanha de vacinação para que procurem os postos no decorrer da próxima semana. O encerramento está previsto para o dia 17 de fevereiro, com um “Dia D”, quando as unidades funcionarão em esquema especial.
Moradores ou visitantes de algumas cidades também poderão aproveitar o feriado de Carnaval para se vacinar. Cada município é responsável por definir seu cronograma e, portanto, a orientação é que o cidadão verifique a possibilidade na própria cidade.
Na Baixada Santista, por exemplo, onze unidades de saúde do Guarujá estarão em funcionamento no sábado (10), segunda (12) e quarta-feira (14) e mais detalhes de funcionamento podem ser consultados com a Prefeitura.
Desde 25 de janeiro, data de início da campanha, até o momento, 2.697.267 paulistas foram imunizados. Desse total, 2.597.410 paulistas receberam a dose fracionada, que representa 96,3% do público imunizado. Outras 99.857 receberam a dose padrão, destinada a grupos específicos.
Dose fracionada
A campanha está sendo realizada com dose fracionada da vacina, conforme diretriz do Ministério da Saúde. O frasco convencionalmente utilizado na rede pública poderá ser subdividido em até cinco partes, sendo aplicado assim 0,1 mL da vacina. Estudos evidenciam que a vacina fracionada tem eficácia comprovada de pelo menos oito anos. Estudos em andamento continuarão a avaliar a proteção posterior a esse período. As carteiras de vacinação terão um selo especial para informar que a dose aplicada foi a fracionada.
A meta é vacinar 9,2 milhões de paulistas. Cerca de 6,9 milhões de doses da vacina fracionada serão disponibilizadas para as pessoas ainda não imunizadas que residem nos locais definidos pela campanha. A campanha também prevê a oferta de 2,3 milhões de doses padrão, que serão disponibilizadas para crianças com idade entre nove meses e dois anos incompletos, pessoas que viajarão para países com exigência da vacina e grávidas residentes em áreas de risco.
Deverão consultar o médico sobre a necessidade da vacina os portadores de HIV positivo, pacientes com tratamento quimioterápico concluído, transplantados, hemofílicos ou pessoas com doenças do sangue e de doença falciforme.
Não há indicação de imunização para grávidas que morem em locais sem recomendação para vacina, mulheres amamentando crianças com até 6 meses e imunodeprimidos, como pacientes em tratamento quimioterápico, radioterápico ou com corticoides em doses elevadas (como por exemplo Lúpus e Artrite Reumatoide). Em caso de dúvida, é fundamental consultar o médico.
186 casos autóctones
De 2017 até o momento houve 186 casos autóctones de febre amarela silvestre confirmados no Estado e 65 deles evoluíram para óbitos. Entre os óbitos, está um morador de Minas Gerais e outro de Santa Catarina, ambos infectados em Mairiporã, e um morador do Rio de Janeiro infectado em Atibaia.
Segundo o Estado, não há casos de febre amarela urbana no Brasil desde 1942.
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