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Cotidiano

Barreira reverte tendência de erosão na Ponta da Praia, em Santos

Elevação média de areia na área da intervenção foi de 20 centímetros, segundo o professor e pesquisador da Unicamp Tiago Zenker Gireli

Da Reportagem

Publicado em 11/12/2018 às 21:05

Atualizado em 11/12/2018 às 21:17

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Vídeo de ressaca em outubro mostra que trecho sem barreira é afetado de maneira superior / Reprodução

A barreira submersa instalada neste ano na Ponta da Praia, em Santos, gerou um acúmulo de areia de 9,3 mil metros cúbicos no trecho da intervenção – uma elevação média de 20 centímetros de janeiro a outubro. Por ano, a área perdia cerca de 10 centímetros.

Os números foram anunciados nesta terça-feira (11) pelo professor e pesquisador da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Tiago Zenker Gireli durante apresentação na prefeitura de Santos.
“A gente reverteu uma tendência de erosão”, afirmou.

“Daqui até o final de março, é o período onde se espera que haja mais acúmulo. Então se já está conseguindo acumular mesmo no período mais adverso (de ressacas a partir de abril), a gente espera que no período mais favorável (verão) cresça ainda mais”, disse o pesquisador.

Um engordamento da praia começará ficará visível para a população em 2019, segundo Gireli.

A barreira submersa conta com 49 geotubos (saco geotêxteis) em formato de L. Cada geotubo pesa cerca de 300 toneladas.

A estrutura perpendicular à praia, de 275 metros, começa a partir da mureta, na altura da Rua Afonso Celso de Paula Lima, enquanto a estrutura paralela à praia tem 240 metros de extensão.

Durante a apresentação, Gireli apresentou um vídeo de uma forte ressaca em 28 de outubro deste ano, em que se constata pelas imagens a eficiência da barreira no trecho em que ela começa.

Enquanto no trecho da barreira a água do mar avança pouco pela mureta, no trecho sentido Deck do Pescador as ondas passam a mureta com uma força maior.

De acordo com Gireli, a partir de abril do ano que vem poderá começar a ser estudada uma proposta para o trecho em direção ao deck.

São possibilidades uma nova barreira de geotubos paralela à mureta e um quebra-mar flutuante submerso, ancorado no fundo do mar.

Uma nova barreira, de acordo o professor e pesquisador, poderia gerar problema técnico, pois o perfil daquele trecho começa a ficar íngreme. “A estrutura pode não ser estável”, disse.

O professor e pesquisador da Unicamp Tiago Zenker Gireli apresentou dados nesta terça-feira (11) (Foto: Nair Bueno/DL)

Efeito

Gireli afirmou que o trecho tranversal da barreira já instalado ficou em uma altura superior à projetada devido ao atraso para início das obras, por contestações judiciais.

“A ideia é que a onda arrebentasse sobre o trecho longitudinal (paralelo à praia). E o que está acontecendo é que ela (onda) está arrebentando e girando também sobre o trecho transversal (...) Então ela está empurrando mais areia em direção ao Canal 6. Isso não chega a ser ruim, mas descobre um pedacinho da área que deveria estar protegida e ela fica mais vulnerável”, afirmou o acadêmico.

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