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Cotidiano

Após 11 dias de buscas, bombeiros descartam vida sob entulho de prédio em SP

Nesta sexta (11), os bombeiros passaram a vasculhar com apoio de maquinário pesado uma área onde ficava o segundo subsolo do prédio de 26 andares

Folhapress

Publicado em 11/05/2018 às 12:19

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Nesta sexta (11), os bombeiros passaram a vasculhar com apoio de maquinário pesado uma área onde ficava o segundo subsolo do prédio de 26 andares / Divulgação/Fotos Públicas

 No 11º dia de buscas ininterruptas, os bombeiros descartaram a possibilidade de achar algum sobrevivente sob os escombros do prédio Wilton Paes de Almeida, que caiu após pegar fogo no dia 1º deste mês, no centro da capital paulista.

Nesta sexta (11), os bombeiros passaram a vasculhar com apoio de maquinário pesado uma área onde ficava o segundo subsolo do prédio de 26 andares. A realidade por lá é desanimadora, explica o tenente Guilherme Derrite. "Encontramos as lajes muito compactadas, o que diminui a zero qualquer chance de sobrevivência", diz.

Até então, os bombeiros tinham esperança de achar algum sobrevivente porque ao longo das buscas foram encontrando muitas "células de sobrevivência" debaixo dos blocos de concreto. Nesses espaços, as vítimas têm oxigênio e temperatura adequada que garantem sobrevida.

Derrite diz também que além da inexistência das "células de sobrevivência", o passar do tempo e as condições em que foram achados os restos mortais de desaparecidos até agora indicam que não exista mais chances de vida sob a montanha de entulho. "Quando encontramos o Ricardo, havia um corpo ali. Depois dele, passamos a recolher só ossos em condições bem difíceis, com muita sujeira. É uma pena, mas a situação é essa", afirma.

A única vítima identificada continua sendo Ricardo Galvão, 38, o Tatuagem, que morreu engolido pela queda do prédio durante tentativa de resgate dos bombeiros. O corpo da vítima foi reconhecido por familiares e enterrado.

Já foram retirados dos escombros restos mortais que seriam de duas crianças e de dois adultos -ainda não foi possível identificar o sexo deles. A polícia e o Corpo de Bombeiros continuam trabalhando com a quantidade oficial de seis possíveis vítimas desaparecidas, apesar de as buscas terem localizado restos mortais de quatro pessoas.

Na lista oficial de desaparecidos não identificados estão a faxineira Eva Barbosa, 42, e o marido dela, Valmir de Souza Santos, Selma Almeida da Silva, 40, e seus filhos gêmeos, Wendel e Wender, 10, além de Francisco Lemos Dantas, 56.

O vendedor ambulante Arthur Hector de Paula, que estava na lista no início da semana, foi localizado fora de São Paulo. Ele prestou depoimento na tarde de quarta (9) para confirmar que ele está vivo.

CURTO-CIRCUITO

Na semana passada, a polícia disse que, após ouvir uma testemunha, concluiu que um curto-circuito no quinto andar, provocado por excesso de aparelhos ligados em uma tomada, foi a causa do fogo no prédio.

Reportagem da Folha de S.Paulo desta quarta-feira (9) relevou que o combate às chamas no prédio foi dificultado pela falta de água em hidrantes da região central de São Paulo. Isso obrigou os bombeiros a adotarem uma espécie de racionamento no auge do combate ao incêndio, com a redução da potência de jatos das mangueiras direcionadas ao fogo.

A economia forçada de água ocorreu em uma estratégia para que as mangueiras não ficassem completamente secas enquanto os caminhões-pipa da corporação se revezavam em ação de apoio à operação. O prédio invadido pelos sem-teto tinha muito material inflamável, como papelão e madeira, e a retirada dos elevadores transformou os buracos em verdadeiras chaminés, que jogavam o calor para os andares superiores do prédio.

O desabamento provocou ainda a interdição de cinco imóveis em seu entorno, sendo quatro prédios e a igreja. Segundo a Defesa Civil, todos os bloqueios são totais e não há previsão de liberação. Não foi encontrado risco iminente de colapso em nenhum deles, mas eles seguem monitorados pelo órgão.

Um desses imóveis é o edifício Caracu, localizado na rua Antônio de Godói, que foi liberado para a entrada de moradores pela primeira vez na última sexta-feira (4). As pessoas puderam retirar pertences pessoais, como documentos e medicamentos, mas não puderam permanecer no local. 

Também estão interditados a igreja, no número 34 da av. Rio Branco; um prédio, no largo do Paissandu, 132; e um edifício estreito da Antônio de Godói, que ficou com marcas das chamas em sua fachada. Essa última construção conta como duas interdições por ter duas numerações (8 e 26).

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