X

Brasil

Empresa ligada à igreja é autuada por trabalho escravo

A igreja foi autuada porque dos 565 trabalhadores encontrado em condição ilegal, 438 não tinham registro em Carteira de Trabalho e 32 eram adolescentes em atividades proibidas para menores.

Agência Brasil

Publicado em 18/03/2018 às 22:34

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

Em meio à operação, 13 dirigentes do grupo econômico e da igreja foram presos preventivamente. / Fotos Públicas/Divulgação

Alvo da Operação Canaã – A Colheita Final, a empresa Nova Visão Assessoria e Consultoria, foi autuada hoje pelo Ministério do Trabalho por manter 565 trabalhadores em condição análoga à de escravidão.

Deflagrada no início de fevereiro, a operação investiga o envolvimento de uma seita religiosa, a Igreja Cristã Traduzindo o Verbo, em crimes como trabalho escravo, tráfico de pessoas, lavagem de dinheiro e estelionato.

Segundo o Ministério do Trabalho, a igreja foi autuada porque dos 565 trabalhadores encontrado em condição ilegal, 438 não tinham registro em Carteira de Trabalho e 32 eram adolescentes em atividades proibidas para menores.

Ainda de acordo com o ministério, as vítimas foram encontradas em nove fazendas de produção hortigranjeira e de café do grupo, sendo seis em Minas Gerais e três na Bahia, além de restaurantes, casas comunitárias e um posto de gasolina em São Paulo.

Conforme nota do Ministério do Trabalho, as vítimas não tinham jornada de trabalho estabelecida e não recebiam nenhuma remuneração pelas atividades. Eles trabalhavam em troca de casa e comida.

Na operação, desencadeada em parceria com a Polícia Federal, os auditores fiscais tiveram dificuldade para resgatar os trabalhdores. Em virtude da doutrinação religiosa, as vítimas não se achavam exploradas e diziam trabalhar em nome da fé e da coletividade.

Em meio à operação, 13 dirigentes do grupo econômico e da igreja foram presos preventivamente. Outros dez dirigentes continuam foragidos.

Além de ser obrigado a regularizar a situação dos trabalhadores, o grupo econômico responsável pela igreja também deverá afastar os trabalhadores das atividades ilegais.

Conforme determinação do Ministério, os trabalhadores que não tinham a Carteira de Trabalho assinada deverão ter o registro incluído no documento. Além disso, os 565 trabalhadores terão que receber retroativamente pelos serviços prestados. A igreja deverá ainda providenciar o retorno das vítimas aos seus locais de origem.

Apoie o Diário do Litoral
A sua ajuda é fundamental para nós do Diário do Litoral. Por meio do seu apoio conseguiremos elaborar mais reportagens investigativas e produzir matérias especiais mais aprofundadas.

O jornalismo independente e investigativo é o alicerce de uma sociedade mais justa. Nós do Diário do Litoral temos esse compromisso com você, leitor, mantendo nossas notícias e plataformas acessíveis a todos de forma gratuita. Acreditamos que todo cidadão tem o direito a informações verdadeiras para se manter atualizado no mundo em que vivemos.

Para o Diário do Litoral continuar esse trabalho vital, contamos com a generosidade daqueles que têm a capacidade de contribuir. Se você puder, ajude-nos com uma doação mensal ou única, a partir de apenas R$ 5. Leva menos de um minuto para você mostrar o seu apoio.

Obrigado por fazer parte do nosso compromisso com o jornalismo verdadeiro.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Diário Mais

Maior reservatório de água do Hemisfério Sul fica na Baixada Santista; conheça

O Reservatório-Túnel Santa Tereza/Voturuá foi construído há 35 anos e abastece Santos e São Vicente. Veja fotos

Polícia

Procurado por furtos a condomínios de luxo em Santos é preso

O suspeito foi apontado como um dos participantes de furtos em apartamentos no Gonzaga, Boqueirão e Embaré em 2023

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter